O processo de digitalização dos serviços financeiros do Brasil está dando mais um passo. Depois do Pix, a vez agora é do real digital.
Essa será uma versão da moeda brasileira para a era da internet criada pelo Banco Central, que se apoiará na tecnologia já pesquisada e explorada por diversos países como China, Suíça e Estados Unidos.
O objetivo de trazer essa realidade para o Brasil é pelo potencial de melhorar a eficiência do mercado de pagamentos de varejo e de promover a competição e a inclusão financeira para a população ainda inadequadamente atendida por serviços bancários.
A pandemia da Covid-19 mostrou a importância dos instrumentos digitais, principalmente no segmento de pagamento, contribuindo para que as transações financeiras não parassem.
A novidade, que está em fase de testes até 2023, promete ser diferente de um modelo similar, chamado de criptomoedas. O BC projeta que a moeda digital ofereça mais segurança e funcionalidades diferentes do restante do mundo.
Se você deseja saber mais detalhes sobre esse assunto, suas vantagens e desvantagens e também como será o processo de utilização, continue por aqui e boa leitura.
O que é e como funciona o Real Digital?
Como o próprio nome já diz, o real digital é uma moeda alternativa e em formato digital, mas com o mesmo valor do dinheiro tradicional físico.
A ideia é inserir no cotidiano das pessoas, criando uma carteira virtual em custódia de um agente autorizado — como um banco ou uma instituição de pagamento.
A moeda no formato digital é conhecida pela sigla CBDC, que significa em inglês Central Bank Digital Currency – Moeda Digital de Banco Central, em tradução livre.
Após sua implantação, será possível fazer transferência offline, agilizar processos de compra e venda de diferentes produtos e serviços, como imóveis e veículos, por exemplo, além de facilitar pagamentos internacionais, sem necessidade de conversão.
Primeiro, a moeda digital passará por inúmeros testes para se certificar de que tudo esteja operando corretamente e em segurança. Sendo assim, a ideia é implementá-la apenas em 2023 e 2024, de acordo com a evolução dos testes.
Tudo ainda é muito novo e sem muitos detalhes divulgados, mas a nova moeda visa também estimular a inovação da economia e a inibição da lavagem de dinheiro.
Diferença entre real digital e cripto moeda
Muitas pessoas têm visto uma grande relação entre o real digital e a cripto moeda, principalmente pelo fato de ambos se apoiarem na tecnologia.
A princípio, seus nomes podem parecer ter o mesmo significado, mas na verdade não representam a mesma ideia.
A lógica principal que você precisa entender é que toda criptomoeda é uma moeda digital, mas nem toda moeda digital é uma criptomoeda.
Segundo o próprio Banco Central, a moeda digital é um conceito mais amplo que envolve qualquer moeda eletrônica. As principais características que diferem a criptomoeda de uma moeda digital são: a descentralização, o valor, a segurança e a privacidade.
Sendo assim, a primeira diferença está na centralização de sua emissão e controle de transações. As moedas digitais são controladas por instituições reconhecidas por um governo, como bancos centrais.
No entanto, quando se olha para as criptomoedas, não existe uma autoridade específica responsável por sua emissão ou controle.
Sobre blockchain
Outra tecnologia por trás do real digital que vale a pena você conhecer é o blockchain. Assim como na criptomoeda, ela permite o registro de transações de maneira descentralizada e à prova de violações, diminuindo as chances de fraudes e golpes.
Essa tecnologia já é conhecida no setor financeiro, como os bancos ou a bolsa de valores, que usam os serviços de blockchain para gerenciar pagamentos, contas e o mercado comercial online.
Vantagens e desvantagens do real digital
Em relação às vantagens, há cinco grandes destaques para o uso do real digital. Veja, a seguir, um pouco sobre cada uma delas.
• Agilidade nos pagamentos: as transações são confirmadas em questão de segundos, com o dinheiro saindo de um ponto a outro sem passar por nenhum intermediário. O Pix já é um exemplo dessa boa experiência;
• Segurança e rapidez em transações internacionais: a versão digital do real tende a reduzir toda a parte burocrática. Com toda sua estrutura é digital, ele pode circular pela web e rapidamente chegar a seu destino sem nenhum fator que possa interferir nisso;
• Prevenção contra fraudes: com a tecnologia blockchain, as transações serão seguras para reduzir significativamente o risco de fraude e impedir o ataque cibernético;
• Liberdade para os consumidores: a moeda digital vai manter características da descentralização, com menores taxas e intermediadores no ecossistema de pagamento;
• Digitalização e redução no custo de impressão de dinheiro: colocar cédulas em papel e moedas em circulação custa dinheiro. Sendo assim, o real digital visa a redução do dinheiro físico, poupando dinheiro público com impressão e cunhagem.
Em relação às desvantagens, a análise parte da moeda digital no geral, não apenas ao real digital. Isso porque a moeda ainda não está em circulação e falta finalizar os testes reais.
No entanto, pode-se dizer que a preocupação pode girar em torno de:
• Baixa aceitação: hoje, a principal desvantagem das criptomoedas é sua baixíssima aceitação. Hoje em dia, é difícil encontrar um local que aceita Bitcoin como pagamento, por exemplo;
• Mercado novo e incerto: mesmo não sendo um assunto tão novo, ainda é um mercado que traz muitas dúvidas para a economia tradicional. Sendo assim, será necessário uma boa divulgação por parte do governo para a utilização da população;
• Volatilidade: essa é uma desvantagem atual, no caso das criptomoedas. A volatilidade também pode ser considerada uma desvantagem exatamente por nunca se saber ao certo quanto os preços vão despencar, ou mesmo se vão voltar ao valor que você comprou.