Você provavelmente já ouviu falar em Open Banking, certo? Mas talvez ainda não tenha clareza sobre o que se trata, por isso, é importante entender tudo o que envolve esse sistema e os seus benefícios.
Alguns países, como Inglaterra, Alemanha, China e Estados Unidos, já contam com processos de Open Banking em estágio avançado. No Brasil, o termo ainda é desconhecido por muitos e, portanto, quanto mais informação de qualidade, melhor.
Se você tem dúvidas sobre o assunto, a dica é continuar lendo este artigo para se inteirar e se aprofundar em todas as vantagens do Open Banking, que chega para revolucionar o setor financeiro.
O que é o Open Banking?
O Open Banking se trata de um sistema que permite que uma pessoa tenha acesso a todas as informações registradas em uma instituição e as leve para onde quiser.
Dessa forma, não é mais preciso iniciar do zero um relacionamento com uma nova fintech, banco ou demais instituições financeiras.
Sem o Open Banking a realidade é a seguinte: todo o histórico de crédito construído ao longo dos anos, como contas pagas em dia, salários, prestações, empréstimos, entre outras questões, ficam arquivadas na instituição com a qual você se relaciona e não é possível levá-las a outras empresas.
Já com o Open Banking, isso muda! As pessoas passam a ter poder sobre o uso de suas informações. Isso significa que, ao decidirem começar um relacionamento com uma nova instituição financeira, o seu perfil já é conhecido desde o começo.
Quando o Open Banking passa a valer e o que muda na prática?
O Open Banking passou por 9 fases de implementação no Brasil, que foram as seguintes:
- 01/02/2021: compartilhamento realizado internamente entre as instituições de suas prateleiras de produtos, taxas e serviços;
- A partir de 13/08/2021: os bancos começam a compartilhar seus dados pessoais e financeiros, como cartões e transações de crédito com seus consentimentos;
- 29/10/2021: realização de pagamentos via PIX;
- 15/12/2021: novo compartilhamento interno entre bancos de suas prateleiras de produtos, taxas e serviços;
- 15/02/2022: efetivação de pagamentos via TED/TEF com agilidade;
- 30/03/2022: novas soluções e ambientes para análise de propostas de crédito;
- 31/05/2022: compartilhamento de dados transacionais, como câmbio, investimentos, seguros etc;
- 30/06/2022: pagamentos via boletos e consulta de serviços bancários em canais de outros bancos sem abrir a conta;
- 30/09/2022: pagamento via débito em conta com simplicidade.
Um ponto importante é o fato de que aquilo que começou como Open Banking foi ampliado para Open Finance.
Isso significa que, além de compartilhar dados cadastrais, extrato de contas, operações e cartões entre as instituições financeiras, também é possível levá-los para outras instituições, como corretoras, plataformas de investimentos e companhias de câmbio e seguros.
O princípio é sempre o mesmo: o compartilhamento do seu histórico de relacionamentos entre instituições mediante a sua autorização.
Quais são as vantagens do Open Banking?
As vantagens do Open Banking são diversas, tanto para clientes como para as instituições. Em seguida, confira as principais:
Benefícios para clientes
1. Controle de dados e histórico
Uma das principais vantagens é o fato de que, no sistema Open Banking, clientes têm controle sobre seus dados financeiros, algo que, anteriormente, pertencia apenas aos bancos.
Isso significa que sempre que você quiser compartilhar uma informação, histórico de crédito ou extrato bancário, a instituição será obrigada a dividir tais dados com outras empresas, contanto que haja consentimento do cliente.
2. Menores taxas e tarifas
Esse sistema também garante maior competitividade no mercado financeiro e, com isso, as instituições passam a ser obrigadas a oferecer melhores condições aos clientes, como taxas e tarifas mais baixas.
3. Liberdade para contratar produtos e serviços
O Open Banking chega para reduzir as burocracias e garantir que o cliente tenha mais liberdade para ter produtos e serviços em diferentes instituições e bancos.
Imagine que se torna muito mais simples ter um investimento em uma corretora e um cartão de crédito em uma fintech, por exemplo.
4. Produtos e serviços personalizados
Ao compartilhar o seu histórico, informações e dados, você ganha mais autonomia na hora de escolher a instituição financeira que te orientará na escolha de produtos e serviços. Essa autonomia permite que você transite com muito mais facilidade e decida qual é a empresa que melhor atende às suas necessidades.
Além disso, quanto mais profundo o histórico compartilhado, melhor a instituição te conhece e pode oferecer produtos que estejam alinhados àquilo que você precisa.
5. Inclusão financeira
Para as pessoas que, por muito tempo, enfrentaram dificuldades para obter alguns produtos financeiros, o Open Banking garante mais opções, com preços acessíveis e melhores soluções.
Benefícios para as instituições
1. Inovação no sistema financeiro
Para as instituições, um dos pontos positivos da chegada do Open Banking é que as fintechs passam a ter mais espaço, o que significa mais soluções inovadoras para as pessoas.
2. Custos operacionais menores
Outro benefício são os custos reduzidos devido à integração do novo sistema e à extinção de intermediários.
3. Conversa padronizada
O compartilhamento de informações de uma instituição para outra acontece com o suporte de uma tecnologia chamada API (interface de programação de aplicações). Trata-se de uma malha tecnológica que permite que várias plataformas possam se comunicar entre si.
No Open Banking, as instituições terão APIs abertas, o que garante que haja uma comunicação entre diferentes empresas em uma área compartilhada que ainda assim é segura e restrita.
4. Oportunidade para atrair novos clientes
O compartilhamento de dados e novos produtos e condições resultam na atração de novos clientes e não há como negar que esse também é um ponto extremamente benéfico para as instituições.
Como participar do Open Banking?
Tenha em mente que todo o processo de adesão é realizado online e é o cliente quem define quais dados podem ser compartilhados e por quanto tempo. Além disso, o cancelamento pode ser feito a qualquer momento.
A autorização é feita por meio dos canais digitais da instituição financeira. Não há aplicativo para download ou algum site específico para cadastro, assim como não é necessário assinar documentos em agências bancárias para efetivar o processo.
Open Banking e LGPD: qual é a relação?
Tudo o que envolve o compartilhamento de dados passa pela LGPD, um termo muito presente na vida dos brasileiros.
Para que todo o sistema do Open Banking funcione com segurança, é fundamental que atue de acordo com os itens previstos na LGPD, que é a Lei Geral de Proteção de Dados. Esta, por sua vez, prevê que o tratamento de dados pessoais seja transparente e ocorra com o consentimento do cliente.
Afinal, não adianta evoluir e tornar o compartilhamento de dados mais simples se o processo não for seguro, não é mesmo?
Bastante informação, né? O importante é que, após a leitura deste artigo, você tenha em mãos as informações fundamentais sobre as vantagens do Open Banking para que possa decidir de forma consciente se deseja ou não aderir a este sistema!