Saber como diminuir a inadimplência em condomínios e gerenciar esse problema com praticidade é algo que contribui, e muito, para a administração desses imóveis.
A seguir, reunimos algumas informações relevantes sobre esse assunto e 5 dicas práticas para combater esse transtorno bastante comum. Esperamos que este conteúdo seja relevante para você!
Quais são as consequências para quem não paga o condomínio dentro dos prazos determinados?
Quando falamos sobre esse tipo de inadimplência, é válido saber que, de acordo com o artigo 1.336 do Código Civil de 2002, o condômino tem o dever de contribuir com as despesas do lugar onde mora.
Por sua vez, o artigo 1.348 indica que é o síndico quem tem a obrigação de cobrar os moradores inadimplentes. Caso não o faça, receberá penalização por falta de cumprimento do dever.
Se apesar das cobranças a pessoa em questão insistir em não assumir seu débito, ela poderá ser cobrada por meio de uma ação chamada “execução”. Esta ação permite maior rapidez no procedimento e recebimento.
Ainda segundo o Código de Processo Civil, o responsável possui três dias (72 horas) para saldar a sua dívida. Caso isso não aconteça, provavelmente irá acabar com o nome negativado e a conta bancária bloqueada. Também existe o risco de ter o seu imóvel penhorado, entre outras penalidades.
No mais, quem não acertar suas contas sofre a proibição de votar em temas discutidos nas assembleias e se candidatar a síndico em eleições futuras.
E quais são as consequências da inadimplência para o condomínio de uma forma geral?
Pessoas que deixam de pagar os valores devidos prejudicam a saúde financeira do local onde moram como um todo.
Inclusive, muitas vezes é necessário realizar rateios extras com outros condôminos para conseguir manter os serviços funcionando, afetando as finanças pessoais de cada um.
Tudo isso gera uma desarmonia muito grande entre os moradores, com brigas e discussões mais frequentes. Sem falar, claro, da possível suspensão de itens fundamentais para a manutenção condominial e investimentos que poderiam ser feitos.
Assim, é muito importante que esse tipo de situação seja evitada ao máximo de forma a prevenir esses e outros transtornos.
Como diminuir a inadimplência em condomínios: 5 dicas práticas
Agora que entendemos alguns pontos relevantes sobre essa parte da gestão condominial, vamos às orientações que podem ser utilizadas no dia a dia para evitar a inadimplência:
1. Tenha processos simples e rotineiros para avisar os moradores sobre os pagamentos a serem feitos
Na administração de um condomínio, é possível usar ferramentas simples de automação para estar sempre em contato com os condôminos sobre as dívidas a serem quitadas.
Por e-mail ou celular, você pode enviar:
- Notificação sobre a data do acerto quando ela está próxima;
- Link para o boleto e/ou números da linha digitável para facilitar o processo para a pessoa que está recebendo;
- Lembrete com a data de vencimento do boleto alguns dias antes, informando que, em caso de dificuldades, é necessário entrar em contato com os responsáveis o mais cedo possível;
- Confirmação do pagamento efetivado e agradecimento pela contribuição.
Essa comunicação constante ajuda as pessoas a se organizarem com mais calma com suas finanças e cumprirem com os seus deveres.
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2. Realize cobranças rápidas e proponha acordos com os inadimplentes
Controlar constantemente as finanças é algo essencial para que o condomínio funcione da melhor forma.
Portanto, uma vez que seja identificado que alguém não fez o pagamento, é preciso entrar em contato o quanto antes para realizar a cobrança e garantir o acerto ou a negociação da dívida.
Essa rapidez para resolver o problema evita ações judiciais que geram ainda mais despesas para o condomínio.
Deixe claro para os condôminos as consequências de não pagar o valor devido (citadas anteriormente neste artigo). E, claro, se coloque à disposição para ajudá-los dentro das possibilidades existentes, como parcelamento.
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3. Faça campanhas periódicas de conscientização
Atuar de forma preventiva também significa mostrar para os moradores para que serve a taxa condominial, descrevendo os serviços que ela paga. Ex.: equipe de limpeza e da portaria, pintura das paredes, manutenção da piscina e da academia, preservação do parque das crianças, entre outros.
A ideia é que os moradores tenham mais clareza sobre a importância da sua contribuição para que o condomínio seja um lugar agradável, seguro e confortável para todos, evitando que deixem de pagar os valores necessários.
4. Defina estratégias para reduzir o valor da cota do condomínio
Existem diversas ações que podem ser implementadas para que esse valor não pese tanto no bolso das pessoas. Algumas delas são:
- Negociações com os fornecedores;
- Investimentos em soluções tecnológicas, como portaria remota;
- Economia de água e energia elétrica, inclusive com mensagens específicas para que os condôminos possam contribuir com essa iniciativa (Ex.: Lembretes para apagar as luzes dos cômodos que não estão sendo utilizados).
Estudar essas e outras possibilidades faz muita diferença para combater a inadimplência em condomínios.
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5. Tenha cuidado com atitudes que não devem ser realizadas com os inadimplentes
Por fim, achamos interessante pontuar que, mesmo que as pessoas estejam em atraso com as suas obrigações, elas jamais devem ser expostas a situações constrangedoras.
Assim, nunca:
- Coloque uma lista de inadimplentes no quadro de avisos do condomínio ou no grupo de aplicativo;
- Impeça que entrem em reuniões das assembleias – a única proibição é em relação às votações;
- Proíba que esses condôminos utilizem as áreas comuns.
Essas ações podem gerar processos judiciais contra os responsáveis pela administração do condomínio, prejudicando ainda mais a sua saúde financeira.
Lembre-se sempre que o diálogo aberto e empático é um dos melhores caminhos para resolver questões relacionadas à inadimplência.