Criado no final dos anos de 1940, o IGP-M (Índice Geral de Preços — Mercado) é um dos principias índices de inflação da economia brasileira, divulgado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas.
Desse modo, o indicador é uma das referências que temos para entender o quanto os preços de produtos e serviços aumentaram no Brasil em determinado período.
Inclusive, o IGP-M pode ser usado como indexador de reajuste em contratos de aluguel de imóveis, assim como em contratos de prestação de serviços diversos.
Continue com a gente para saber mais sobre o índice e seu impacto econômico.
O que é o IGP-M?
O IGP-M (Índice Geral de Preços — Mercado) é um índice de inflação calculado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Brasil.
Desse modo, ele é utilizado como uma estatística da variação de preços de bens e serviços negociados no mercado. Isso inclui produtos agrícolas e industriais, materiais de construção, serviços e tarifas públicas.
Assim, o IGP-M é utilizado como referência para reajustes de contratos de aluguel de imóveis e contratos de prestação de serviços.
Da mesma forma, o índice é um dos fatores considerados no reajuste de tarifas públicas (energia elétrica e telefonia).
A propósito, o cálculo do IGP-M é feito com base na média ponderada de três outros índices calculados pela FGV:
- IPA-M: Índice de Preços por Atacado;
- IPC-M: Índice de Preços ao Consumidor;
- INCC-M: Índice Nacional de Custo da Construção.
Qual a composição do IGP-M?
Como adiantamos, o IGP-M é composto por três índices individuais, combinados seguindo uma ponderação específica para compor o índice geral. São eles:
1. IPA (Índice de Preços por Atacado)
Esse índice calcula a variação dos preços de produtos agropecuários e industriais no atacado, ou seja, antes de chegarem ao público consumidor final.
Assim, o IPA é o índice que possui maior peso no IGP-M, com 60% de sua composição.
2. IPC (Índice de Preços ao Consumidor)
O IPC mensura a variação dos preços de produtos e serviços consumidos por famílias com renda entre 1 e 33 salários mínimos.
Desse modo, ele é composto por nove grupos de produtos e serviços, incluindo alimentação, habitação, transporte, saúde e cuidados pessoais. Assim, o IPC possui um peso menor na composição do IGP-M, de 30%.
3. INCC (Índice Nacional de Custo da Construção)
O INCC mede a variação dos preços de materiais e da mão de obra utilizados na construção civil. Então, esse índice representa 10% na composição do IGP-M.
A propósito, o IGP – M analisa dados sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.
Qual a diferença entre IGP-M e IPCA?
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o indicador oficial de inflação no Brasil, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por isso, o IPCA é o parâmetro usado em políticas governamentais voltadas ao controle da inflação, influenciando inclusive a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira.
Portanto, são dois indicadores de inflação distintos, calculados por instituições diferentes, com metodologias próprias. Os resultados do IGP-M podem ser consultados no Portal da FGV.
Leia mais | Como é calculado o IPCA? Entenda como é definido o índice oficial de inflação
Qual o impacto desse índice de inflação para pessoas e empresas?
Por ser usado como indexador de reajuste em contratos, as variações no indicador podem determinar quanto pessoas e empresas pagarão a mais por aluguéis e serviços.
Sendo assim, acompanhar as variações do IGP-M pode ajudar inclusive no planejamento financeiro empresarial, ao estimar o aumento de despesas com aluguéis e contratos.
Dessa forma, a empresa pode fazer ajustes em seu orçamento para equilibrar as despesas, ou mesmo propor uma negociação antecipadamente, se o valor de reajuste for inviável.
Além disso, empresas prestadoras de serviços (incluindo as unipessoais) podem usar o indicador para reajustar seus contratos, visando compensar o impacto da inflação.
Afinal, atualizar os preços periodicamente é fundamental para manter os lucros do negócio. Porém, todo aumento precisa ser feito com transparência e a partir das cláusulas contratuais firmadas.
Entretanto, é importante avaliar se esse é o melhor parâmetro antes de redigir o contrato. Pois, dependendo do ramo de serviço, pode ser mais vantajoso escolher outro indicador para a correção.
Como calcular IGP-M em reajustes de contratos?
Como vimos, é comum usar esse índice como indexador de reajuste em contratos de aluguel e de prestação de serviços.
Isso porque o objetivo de reajustar um contrato é compensar a perda do poder de compra do dinheiro pela inflação, como foi explicado.
Nesse sentido, podemos imaginar uma empresa prestadora de serviços que estipula um reajuste anual em seus contratos.
Assim, ao longo de um ano, é provável que os custos para oferecer determinado serviço aumentem. Logo, o reajuste garante uma precificação atualizada, evitando prejuízo para o negócio.
Dessa forma, a cada 12 meses, o valor do contrato por ser atualizado para compensar a inflação, usando o IGP-M como referência.
Então, fixar esse índice como medida, significa que o percentual de aumento vai depender o IGP-M acumulado no intervalo determinado para o reajuste.
Sendo que o contrato pode prever o reajuste com base no IGP-M do ano anterior ou dos últimos 12 meses. Portanto, para ter o valor reajustado, basta aplicar o índice à quantia inicial prevista no contrato.
Exemplo de reajuste de contrato pelo indicador
Vamos supor que a empresa prestadora de serviços citada acima firmou um contrato com o valor mensal de R$ 4 mil em março de 2022, com previsão de reajuste pelo indicador acumulado nos últimos 12 meses.
Sendo assim, em abril de 2023, é hora de reajustar o contrato, multiplicando a quantia fixada inicialmente pelo IGP-M acumulado de março de 2023, que foi de 0,17%. Dessa maneira, o valor reajustado será de R$ 4.006,8.
Inclusive, a mesma lógica poderia ser aplicada a um contrato de aluguel ou mensalidade escolar, desde que esse fosse o indexador escolhido.
Agora você já sabe o que é e para que serve o IGP-M, um importante indicador da economia nacional.
E para continuar aprendendo sobre índices de inflação, você pode ler o artigo que explica o impacto da taxa Selic nas empresas. Até a próxima!
