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Como abrir uma farmácia do zero: tudo o que você precisa saber

14 de novembro de 2022
como abrir uma farmácia

Quer saber como abrir uma farmácia do zero? Pensando em contribuir com os profissionais de saúde que têm esse sonho, preparamos um conteúdo com tudo o que você precisa saber para finalmente tirá-lo do papel.

Vamos lá? 

Como abrir uma farmácia: de olho na legislação

Antes de iniciar qualquer investimento, vale estudar as principais características do modelo de negócio que você está abrindo. 

Segundo o art. 3º da Lei nº 13.021, de 08 de agosto de 2014, a definição de “farmácia” é a seguinte: 

“Art. 3º – A Farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva, na qual se processe a manipulação e/ou dispensação de medicamentos magistrais, oficinais, farmacopeicos ou industrializados, cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos e correlatos.”

Esta mesma lei classifica essas empresas em dois tipos:

1. Farmácia sem manipulação ou drogaria: estabelecimento que comercializa drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais.
2. Farmácia com manipulação: estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, e também de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos.

Dessa forma, podemos entendê-la como um lugar que não só oferece medicamentos para a população, mas também que atua como um prestador de serviços farmacêuticos mais acessível para a população.

Seu compromisso é, portanto, com o cuidado com a saúde das pessoas que precisam, permitindo que elas recuperem ou mantenham o seu bem-estar.

Então, nesse começo, se possível foque em fazer cursos sobre o varejo farmacêutico e avalie se você realmente gosta desse tipo de atividade. Afinal, mesmo que você terceirize algumas funções, a gestão do negócio será inteiramente sua.

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Como está o ramo farmacêutico no Brasil?

O segundo passo para empreender nesse setor é pesquisar sobre o seu desempenho atual. E as notícias são boas: segundo a consultoria IQVIA, em 2021 o mercado farmacêutico brasileiro chegou a movimentar cerca de R$ 88,28 bilhões. 

Ao comparar esse resultado com o ano de 2020, é possível ver um crescimento de 14,21%. Esses números indicam que o Brasil representa 2% do mercado mundial e ocupa a 8ª colocação em faturamento no ranking das vinte economias globais.

Para ter sucesso nesse segmento, é necessário que os profissionais levem em consideração alguns pontos, como: 

  • A demanda crescente por remédios devido ao envelhecimento cada vez maior da população;
  • O potencial de consumo das classes C e D, que vêm crescendo com o passar dos anos;
  • A necessidade de utilização de softwares de gestão de drogarias para facilitar os processos para funcionários e clientes;
  • A possibilidade de expandir o portfólio de produtos para artigos de higiene, limpeza, perfumaria e produtos de conveniência com o objetivo de atrair um público mais amplo.

 

Nos próximos tópicos, vamos falar mais profundamente sobre essas questões estratégicas. Por ora, basta saber que esse mercado é, sim, bastante promissor para se investir. 

Quanto custa abrir uma farmácia?

De forma geral, o valor que deverá ser utilizado na abertura de um negócio envolve um conjunto de fatores que precisam ser avaliados com atenção para evitar que você tenha problemas financeiros logo no início do empreendimento.

De acordo com o Portal do Franchising, o investimento médio no segmento de farmácias e drogarias pode variar entre R$ 190 e R$ 350 mil. Esse valor normalmente retorna em até doze meses, caso o faturamento médio mensal esteja entre R$ 125 e R$ 300 mil.

Isso porque, ao iniciar uma empresa desse ramo, é preciso adquirir:

  • Mobiliários e equipamentos da área administrativa e estoque;
  • Mobiliários da área de atendimento;
  • Construção e reforma de instalações; 
  • Despesas de registro e licenças;
  • Capital de giro, necessário para os primeiros meses de funcionamento do negócio;
  • Estoque inicial. 

 

Lembrando que o capital inicial é muito mais alto para iniciar um estabelecimento do zero do que apostar em um já existente no mercado.

Neste momento, você também já pode considerar o local onde pretende abrir a sua farmácia, já que isso pode interferir diretamente em seu lucro.

Avalie se a região onde você gostaria de instalar seu estabelecimento é muito cara, se existe um bom fluxo de pessoas, se há facilidade de acesso a transporte público e principais vias e, claro, se existem pendências com a Vigilância Sanitária ou com a Receita Federal no ponto prospectado.

Para ter mais clareza de todos esses pontos, é importante que você elabore o chamado plano de negócios, onde todos esses itens são detalhados e os objetivos, estabelecidos. Vamos falar mais sobre isso nos próximos tópicos. 

Quem pode abrir uma farmácia?

Essa é uma pergunta bastante relevante, pois muitos acreditam que apenas os profissionais formados na área estão habilitados para iniciar um empreendimento nesse segmento.

A verdade é que qualquer pessoa pode ser dona de uma farmácia. Contudo, durante o processo de abertura, o proprietário já deverá selecionar o farmacêutico responsável inicialmente por ela.

Esse profissional pode ser substituído futuramente. Ainda assim, ele precisa estar presente, já que em uma das etapas de registro há a exigência de anexar a prova de habilitação legal do responsável técnico pelo estabelecimento.

Exigências legais e específicas

Na hora de registrar uma empresa, a contratação de um contador legalmente habilitado é altamente recomendada.

Esse profissional poderá elaborar os atos constitutivos do negócio, auxiliar na escolha da modalidade jurídica mais adequada e preencher os formulários exigidos pelos órgãos públicos de inscrição de pessoas jurídicas. 

Leia também | Como escolher um bom contador para a sua empresa

Pontuada esta dica, existem duas etapas na hora de legalizar a sua farmácia: 

1. Registro nos órgãos competentes

A primeira etapa envolve o registro do estabelecimento nos seguintes órgãos: 

  • Junta Comercial;
  • Secretaria da Receita Federal (CNPJ); 
  • Secretaria Estadual da Fazenda; 
  • Prefeitura do Município (para obter o alvará de funcionamento);
  • Enquadramento na Entidade Sindical Patronal; 
  • Cadastro junto à Caixa Econômica Federal no sistema “Conectividade Social – INSS/FGTS”;  
  • Corpo de Bombeiros Militar.

2. Visita à prefeitura

O próximo passo é visitar a prefeitura do município onde você pretende abrir uma farmácia para fazer a consulta de local.

Quando falamos sobre drogarias, como é um setor altamente regulado, também se faz necessário atender algumas exigências e legislações específicas. São elas:

  • Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE), expedida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária);
  • Autorização Especial de Funcionamento (AE) para farmácias, quando aplicável;
  • Licença ou Alvará Sanitário expedido pelo órgão Estadual ou Municipal de Vigilância Sanitária, segundo a legislação vigente;

 

Por fim, devem ser fixadas em um local visível ao público a Licença Sanitária ou Alvará e a Certidão de Regularidade, além de dados como:

  • Razão social;
  • CNPJ da empresa;
  • Número de Autorização de Funcionamento da Empresa;
  • Número da Autorização Especial de Funcionamento;
  • Nome do Farmacêutico Responsável Técnico e de seu(s) substituto(s), seguido do número de inscrição no CRF; 
  • Horário de trabalho de cada farmacêutico;
  • Números atualizados de telefone e do Conselho Regional de Farmácia e dos órgãos Estadual e Municipal de Vigilância Sanitária. 

 

Todos esses pontos precisam estar bem organizados para que o seu estabelecimento funcione de maneira regularizada.

Quais informações fiscais e tributárias preciso saber?

Para abordarmos questões financeiras, é importante entender que as drogarias normalmente estão enquadradas no Simples Nacional, o que é algo bastante positivo especialmente para empreendedores iniciantes.

O Simples Nacional é um regime de tributação compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.

De acordo com a Receita Federal, para fazer parte dele, é necessário cumprir as seguintes condições: enquadrar-se na definição de Microempresas ou Empresas de Pequeno Porte; cumprir os requisitos previstos na legislação e formalizar a opção pelo Simples Nacional.

Esse sistema abrange de forma unificada os seguintes tributos:

  • Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);
  • Produtos Industrializados (IPI);
  • Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
  • Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS);
  • Contribuição para o PIS/Pasep;
  • Contribuição para a Seguridade Social (cota patronal);
  • Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços (ICMS);
  • Serviços de Qualquer Natureza (ISS). 

 

Além disso, o valor do imposto será apurado com base na receita. Para este segmento, ele varia de 4% a 19%.

O que levar em consideração na hora de montar o plano de negócios?

Também conhecido como “Plano Empresarial”, este é um documento que descreve em detalhes todas as informações necessárias para o crescimento sustentável de um empreendimento.

Nele, são documentados ideias, riscos, oportunidades, concorrentes, perfil dos clientes, público-alvo, estratégias de marketing, plano financeiro, número de funcionários… Questões que vão nortear as decisões dos empreendedores e dar mais segurança para que a empresa possa atrair investimentos.

De forma geral, é importante que o seu plano de negócios consiga responder as seguintes perguntas: 

  • Que tipo de negócio você está montando? 
  • Você terá sócios ou prefere atuar nesse começo sem parceiros? 
  • Quais produtos e serviços vai oferecer? Levando em consideração a importância da diversificação que falamos lá no início do artigo.
  • Qual sistema vai utilizar e como é possível automatizar os processos?
  • Quais são as oportunidades de crescimento considerando o mercado brasileiro atual? 
  • Quem são os principais concorrentes e como eles estão prosperando dentro do setor? 
  • Como você vai atrair investimentos? 
  • Quais estratégias você vai usar para construir a marca da sua farmácia? 
  • Como você vai promovê-la e criar uma reputação, sobretudo nos ambientes digitais?
  • Qual é o seu público-alvo?
  • Os seus clientes conseguem chegar até o local? 
  • Qual o faturamento estimado para o primeiro ano de funcionamento? 
  • Qual será o fluxo de caixa

 

É claro que cada organização pode ser personalizada seguindo as necessidades da empresa. Mas, geralmente, esses são os itens para serem considerados no seu planejamento inicial. 

Perceba que há muitas questões a serem respondidas, mas ter uma ideia clara sobre cada um desses pontos facilitará e muito a abertura e gestão do negócio.

E como organizar as finanças ao abrir uma farmácia?

Para garantir a saúde financeira da sua farmácia, é indispensável que ela tenha uma conta PJ específica

Essa é uma forma de conseguir maior controle das entradas e saídas, o que também vai permitir que você entenda com mais facilidade o desempenho da empresa e até identifique, com os gastos separados, possíveis oportunidades de redução de custos.

Com isso, você consegue avaliar melhor como está o desenvolvimento do seu negócio e quais estratégias serão adotadas para que ele renda cada vez mais lucros. 

Um dos grandes erros de quem começa a empreender, especialmente em empresas menores, é misturar o orçamento pessoal com as contas do negócio. 

Para não cair nessa, procure uma conta PJ sem burocracia para facilitar a rotina e a gestão financeira da sua empresa.

Na Cora, você pode abrir sua conta de forma segura em poucos minutos, totalmente online e sem pagar nada por isso. Dá uma olhadinha em algumas das vantagens gratuitas que você vai encontrar aqui:

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Leia também | Como abrir uma conta na Cora: confira o passo a passo

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Vimos neste artigo como abrir uma farmácia envolve uma série de passos e preocupações que você precisa ter para que o seu estabelecimento funcione e tenha sucesso. 

Por isso, o objetivo da Cora é libertar você de mais burocracias. Assim, sobra mais tempo para você se dedicar ao que realmente importa: o desenvolvimento da sua empresa.  

Esperamos que este artigo tenha ajudado você que deseja empreender no ramo farmacêutico. Para conferir outros conteúdos, é só continuar navegando pelo blog da Cora

Até a próxima! 

Por Equipe Cora
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