Quando se está pensando em abrir uma empresa, é comum as pessoas empreendedoras terem dúvidas sobre qual ramo atuar. Um dos primeiros passos para definir isso é entender bem a diferença entre produtos e serviços.
Muitas empresas são criadas a partir de caminhos que parecem ser mais naturais, seja pela profissão que a pessoa fundadora escolheu, ou até mesmo por um dom ou hobbie. No entanto, há também muitas situações onde se há a vontade de empreender, porém não se tem ao certo sobre o que.
Existem também as empresas que atuam com serviços e pensam em vender produtos e vice-versa. Os detalhes de cada categoria influência em questões importantes do dia a dia, como as tributárias, por exemplo.
Então, se você se encontra nessas situações, ou tem apenas curiosidade para aprender a diferença entre esses dois termos, este conteúdo vai te esclarecer tudo de uma vez por todas.
Qual é a diferença entre produtos e serviços
Na verdade, a resposta é simples: produto é toda a mercadoria colocada à venda no comércio, que, normalmente, tem prazo de validade. Já serviço é um ato ou desempenho intangível, oferecido por uma empresa para outra empresa ou consumidor final.
No entanto, ao aprofundar mais sobre essas definições, há alguns detalhes bem interessantes que você precisa saber antes de definir se vai abrir uma empresa que vende produtos ou que oferece serviços.
1. Tangibilidade
O primeiro ponto a ser mostrado é uma das principais diferenças. O aspecto da tangibilidade refere-se à possibilidade de troca, já que um produto é algo que pode ser tocado, observado, podendo ter, inclusive, sua qualidade questionada por meio do toque, visão e até cheiro.
Quando o assunto é serviço, se refere a algo mais abstrato. Aqui, entende-se por aquilo que não pode ser tocado, observado ou sentido, tendo sua qualidade observada por meio de resultados da sua prestação.
Um exemplo bem claro aqui são os serviços contratados de uma agência de marketing digital, por exemplo.
2. Propriedade
Outra forma de se observar a diferença entre produtos e serviços é por meio da propriedade. Quando se fala em produtos, ao ser adquirido por um comprador, este passa automaticamente a ter posse do item.
Para o serviço, essa posse não acontece, já que pode ter sido a contratação de um curso, o qual se tem o direito a usufruir do conteúdo, e todos os seus ensinamentos, mas ele não é seu.
Ou seja, você não terá a posse, apenas o direito de utilizá-lo. Devido a isso, na maioria das vezes, a prestação de serviço tem contrato e prazo de utilização.
3. Perecibilidade
Esta é outra questão bem interessante quando se fala nesta diferença. Os produtos podem ser perecíveis, perder a validade ou até mesmo se esgotar.
Porém, essa mesma situação não ocorre com o serviço, já que seu valor é gerado a partir do consumo. Quando não há mais interesse, o fornecimento pode ser interrompido.
4. Inseparabilidade
Por fim, temos aqui essa outra diferença bem interessante, tendo em vista que a inseparabilidade quer dizer que um serviço é produzido e consumido de forma simultânea, sendo que ele precisa da presença do cliente, mas não necessariamente precisa ser física.
E quando se fala em produto, é preciso da presença do cliente, sendo produzido, entregue e consumido de diferentes formas e etapas.
Por exemplo: não é possível “testar” a velocidade de um serviço de internet antes de contratá-la, mesmo que seja concedido um período de cortesia. Para saber se ela cumprirá o que foi prometido será necessário fazer uso no dia a dia.
Já com um produto, é possível participar de uma degustação em estabelecimento para saber se gosta ou não de aspectos como sabor, aroma, textura, no caso de alimentos; ou do tamanho, cor e tipo de tecido, ao comprar roupas.
Diferenças tributárias em relação a empresas de produtos e serviços
Entender a diferença entre produtos e serviços a partir da ótica tributária é, talvez, o ponto mais importante deste conteúdo. Isso porque, a partir desse conhecimento, você evita que sua empresa se enquadre incorretamente e tenha pendências que possam comprometer sua lucratividade.
Quando o assunto é tributação, é preciso ter bem claro que os impostos que incidem sobre a venda de produtos não são os mesmos aplicados para o setor de serviços.
Um primeiro exemplo a ser citado é o caso da indústria, que possui um famoso imposto chamado de IPI, ou Imposto sobre Produtos Industriais. Já para a prestação de serviços, as taxas que se aplicam são o ISS (Imposto Sobre Serviço) e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), apesar de este último incidir sobre as duas categorias, de produtos e serviços.
Outro ponto importante a ser considerado é a questão do modelo de documento fiscal, usado como referência para o pagamento de impostos, e que também não é o mesmo para as duas categorias.
Para exemplificar, considere a Nota Fiscal Eletrônica de produtos vendidos, documento emitido à Secretaria de Fazenda estadual. Enquanto isso, a Nota Fiscal de Serviços Eletrônica está ligada à prefeitura, onde a empresa tem registro.
E agora: produto ou serviço?
Não há como dizer qual dos dois é melhor para você começar a investir. Afinal, os dois segmentos geram bons retornos financeiros, dependendo das estratégias comerciais adotadas por uma empresa.
Sendo assim, para que você consiga chegar a essa conclusão, é necessário avaliar cada caso de forma muito particular.
Durante a execução do seu plano de negócios, busque entender os objetivos da empresa, o valor que está disposto a investir, se tem recursos humanos disponíveis, além de todos os outros aspectos que estão atrelados ao seu modelo de negócio escolhido.
Para evitar falhas e garantir que sua empresa trilhe o caminho do sucesso, faça uma pesquisa e atue no plano de negócio com muita cautela.
Defina os principais produtos ou serviços que podem ser oferecidos, entenda o nicho de mercado, o perfil dos consumidores, concorrentes, entre outros.