Quando o assunto é investir na Bolsa de Valores, entender o que são dividendos é fundamental, pois eles são um grande atrativo para quem deseja construir uma renda passiva.
Mas antes de tomar qualquer decisão sobre o assunto e investir nessa estratégia, é importante entender muito bem como tudo funciona para não fazer escolhas erradas que podem acabar ocasionando prejuízos. Para saber mais e tirar as suas dúvidas, continue a leitura deste texto!
O que são dividendos?
No momento em que um investidor compra ações de uma empresa, seja em grandes ou pequenas quantidades, ele se torna um sócio do negócio. Com isso, passa a ter direitos na repartição dos lucros de um determinado período.
E os dividendos são exatamente isso: o pagamento de parte do lucro líquido de uma empresa que é distribuído aos acionistas como uma forma de remuneração.
Boa parte das companhias estáveis distribui dividendos, porque é uma maneira de atrair investidores. Eles são isentos de tributação do Imposto de Renda e o período de distribuição varia conforme a estratégia e os resultados financeiros da organização.
Além disso, existem setores que se destacam no pagamento de dividendos porque contam com uma estrutura que favorece a distribuição de lucros, sendo os principais: elétrico, financeiro e petrolífero.
Ah, e para não se perder entre vários termos novos é importante entender que os dividendos são um tipo de provento, que é uma palavra usada para qualquer tipo de benefício que as empresas dão aos seus acionistas.
Por que as empresas pagam dividendos?
Agora que você já entendeu o que são dividendos de ações, talvez esteja se perguntando porque as empresas precisam pagá-los, não é mesmo?
Bom, de acordo com a Lei 6.404/76, a Lei das S/A (sociedades por ações), havendo lucro, todas as empresas listadas na bolsa são obrigadas a pagar dividendos a cada ano fiscal. Assim, o acionista tem direito a receber em cada período a parcela de lucros que é definida no estatuto da companhia.
As empresas são livres para determinar o percentual do lucro líquido que será distribuído, sendo comum entre as brasileiras a distribuição de 25% do lucro líquido ajustado entre os acionistas.
Se o estatuto omitir esse dado, a norma estabelece o pagamento de 50% do lucro líquido anual ajustado. Além disso, em um contexto de omissão, a assembleia geral de acionistas pode decidir alterar o estatuto a fim de incluir um percentual, que não deve ser inferior a 25% do lucro líquido ajustado.
Vale pontuar que, além das obrigações legais, esse tipo de pagamento também é uma ótima forma de atrair novos investidores e valorizar as ações da companhia. Ao mesmo tempo, quem adquire essa ação também é beneficiado, já que recebe parte dos lucros e pode construir uma renda passiva.
Lembrando, é claro, que as empresas que pagam melhores dividendos costumam ser aquelas que são mais estáveis e pouco afetadas em momentos de crise, ou seja, conseguem lucrar mesmo diante de cenários de instabilidade econômica.
É fundamental, portanto, escolher boas ações para investir levando em consideração o pagamento de dividendos e as perspectivas de crescimento e estabilidade da organização.
Quais são os tipos de dividendos e proventos?
Para continuar se aprofundando em o que são dividendos, é importante entender melhor quais são os seus tipos. O pagamento pode ser feito de diversas formas. Conheça algumas delas:
Em dinheiro
Nesse caso, o acionista recebe um valor exato por cada ação que possui ou em percentual.
Em ações
Se preferir, o acionista também pode receber o pagamento em forma de ações adicionais, o que significa que ele ganha mais ações daquela empresa.
Dividendo especial
Há também os pagamentos especiais, conhecidos como dividendos one-time. Nesse caso, o pagamento é um ponto fora da curva na agenda de dividendos e, portanto, é mais raro de acontecer.
Juros sobre Capital Próprio (JCP)
Este é um tipo de provento similar aos dividendos, exceto pelo fato de que o investidor tem 15% do Imposto de Renda retido na fonte. No entanto, vale reforçar que a empresa pagadora conta com isenção fiscal e, por isso, pode distribuir maior quantidade de lucros desse tipo.
Direito de subscrição
Se acontecer da empresa emitir mais ações, pode oferecer aos acionistas o direito de subscrição, que é a permissão para comprar novas ações antes do mercado (em alguns casos até por um valor mais baixo do que aquele que será comercializado).
Como calcular um dividendo?
O Dividend Yield (DY) é utilizado para calcular o dividendo anual de uma ação dividido pelo seu preço atual. É simples, confira como funciona a fórmula:
Leia também | Descubra como calcular ROI e por que essa métrica é importante
Dividend yield (DY) = Total recebido em dividendos : valor total investido x 100
Dividend yield unitário = Dividendos pagos por ação : valor unitário da ação x 100
O que é uma carteira de dividendos?
Quem deseja investir em ações que pagam dividendos deve montar uma carteira com empresas diversas, ou seja, um conjunto de ações de companhias diferentes que pagam bons dividendos.
A construção dessa carteira deve levar em consideração alguns pontos, como:
- dividend yeld: o dividendo anual de uma ação dividido pelo seu preço atual;
- valor da ação: quanto o papel da empresa custa;
- gestão: como a companhia é organizada e gerida;
- saúde financeira da empresa: análise de resultados para entender as perspectivas do negócio.
É possível viver de investimentos?
Sabemos que muito se fala sobre renda passiva hoje em dia, mas viver de investimentos, seja de dividendos ou de qualquer outro tipo, não é tão simples, pois todos trazem algum tipo de risco.
Tanto pessoas físicas como pessoas jurídicas podem investir para aumentar o patrimônio, mas os especialistas recomendam que as empresas invistam de forma mais conservadora. Isso significa focar em opções mais seguras para reduzir os riscos de perdas e problemas nas finanças do negócio.
Leia também | Banco digital: 4 motivos que mostram que vale a pena investir
Para empreender com tranquilidade e liberdade para fazer boas escolhas, é importante ter clareza sobre o que é o dinheiro pessoal e o que é da empresa. E isso vale para os investimentos também: ter clareza de que o seu perfil como pessoa física não é necessariamente o mesmo do seu negócio é fundamental para não confundir as coisas e garantir a sustentabilidade do empreendimento.
Agora você já sabe que, antes de investir, seja em dividendos ou em outros tipos de ações, é preciso estudar bastante e conversar com especialistas para saber quais são as melhores opções para você e a sua empresa.