Para entender melhor sobre o mais importante índice de inflação da economia brasileira, é necessário saber o que compõe o IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
Considerado o termômetro oficial da inflação do nosso país, o IPCA foi criado em 1979 e é mensurado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tendo como objetivo principal medir o custo de vida e o poder de compra da população.
Para descobrir o que é levado em consideração nesse cálculo, leia este artigo até o final e aproveite para tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto!
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O que é o IPCA?
A sigla IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo e tem como função medir a variação de preços, mês a mês, de uma cesta de produtos e serviços consumidos pelos brasileiros.
O objetivo do indicador que mede a inflação é englobar 90% das pessoas que vivem em áreas urbanas do Brasil. É utilizado, portanto, pelo Bacen (Banco Central do Brasil) e pelo governo federal para fazer alterações na taxa de juros.
Um ponto importante sobre o IPCA é que, por mais que ele reflita o índice de inflação em todo o território, o seu cálculo não é feito com base em todas as cidades brasileiras, mas sim em apenas 16 regiões metropolitanas.
São elas: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Goiânia, Brasília, Campo Grande, Vitória, Salvador, Aracaju, Fortaleza, Recife, Belém, Rio Branco e São Luís.
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O que significa IPCA acumulado?
O IPCA acumulado também é um conceito importante, pois diz respeito à variação da inflação em um determinado período. O IBGE costuma destacar o acumulado em doze meses para ter clareza sobre o nível de inflação no ano.
Esse acúmulo é uma referência para reajustes salariais e investimentos, pois é necessário driblar a inflação para ter rentabilidade e acessibilidade aos produtos e serviços do dia a dia.
Lembre-se do seguinte: se o IPCA sobe 6% em um ano, mas o rendimento de um trabalhador aumenta somente 4%, isso significa que ele está empobrecendo, afinal, o seu poder de compra está caindo.
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Como o IPCA é calculado?
Todos os meses o IBGE faz um levantamento em determinadas áreas urbanas do país, levando em consideração 430 mil preços, em 30 mil locais, de uma cesta de 377 produtos e serviços.
Após a análise completa, os preços são comparados com o mês anterior, resultando em um único valor médio (ponderado) que sinaliza a variação geral no período avaliado.
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O que compõe o IPCA?
Agora que você já domina melhor o assunto, é importante entender o que compõe o IPCA.
O primeiro ponto é ter em mente que a definição da cesta de serviços e produtos que terão os seus preços monitorados a cada mês é atualizada de tempos em tempos. Afinal, os hábitos de consumo e até mesmo os tipos de produtos e serviços consumidos pela população mudam.
Por exemplo, atualmente transporte por aplicativos e serviços de streaming fazem parte da lista, enquanto locação de DVD e telefone público foram retirados.
Essa determinação faz parte da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que visa mensurar os hábitos de consumo dos brasileiros e sinalizar o peso de cada tipo de gasto no orçamento médio.
Sempre que a POF é atualizada, o cálculo do IPCA também é alterado. A ideia é estar o mais próximo possível da realidade da população. É por isso que produtos e serviços que não fazem mais sentido nos dias atuais deixam de fazer parte do indicador enquanto outros são inseridos.
Em 2020, a composição do IPCA sofreu uma atualização e passou a contemplar 377 itens que são analisados mensalmente. Eles são divididos em nove grupos de gastos. São eles:
Grupo | Peso (%) |
Alimentação e bebidas | 19,3 |
Habitação | 15,6 |
Artigos de residência | 3,8 |
Vestuário | 4,6 |
Transportes | 20,6 |
Saúde e cuidados pessoais | 13,5 |
Despesas pessoais | 10,7 |
Educação | 6,1 |
Comunicação | 5,7 |
Fonte: IBGE
Pesos regionais do IPCA: como funcionam?
Em relação às regiões do país, é importante se lembrar que elas têm um peso diferente na composição do indicador. Os dados são coletados nas regiões metropolitanas listadas no início do artigo e cada uma tem um peso. Confira:
Área | Peso (%) |
Rio Branco | 0,5 |
Belém | 3,9 |
São Luís | 1,6 |
Fortaleza | 3,2 |
Recife | 3,9 |
Aracaju | 1,0 |
Salvador | 6,0 |
Belo Horizonte | 9,7 |
Vitória | 1,9 |
Rio de Janeiro | 9,4 |
São Paulo | 32,3 |
Curitiba | 8,1 |
Porto Alegre | 8,6 |
Campo Grande | 1,6 |
Goiânia | 4,2 |
Brasília | 4,06 |
Fonte: IBGE
Essas diferenças são determinadas de acordo com a renda média das famílias, portanto, pesam mais no IPCA as regiões com rendimento maior.
Como o IPCA impacta a vida dos brasileiros?
Além de saber o que compõe o IPCA, é importante entender como este indicador afeta a vida dos brasileiros. Afinal, é por meio desse cálculo que se tem o índice oficial de inflação do País.
O controle é realizado por meio da Taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia do Brasil. Assim, aos primeiros sinais de aceleração da inflação, o Banco Central aumenta a taxa de juros.
Além disso, desde 2000, o Bacen utiliza o IPCA para a tomada de decisões sobre os processos inflacionários que se relacionam com o consumo da população.
Como o IPCA impacta os investimentos?
Outro ponto importante é que os investimentos de renda fixa são impactados pelo IPCA, pois para garantir a rentabilidade é necessário que, no mínimo, o investimento seja acompanhado pela inflação. Só assim é possível manter ou ampliar o poder de compra.
Alguns dos investimentos afetados pelo IPCA são:
- Tesouro Direto;
- Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA);
- Fundos de Investimento;
- Certificados de Depósito Bancário (CDB);
- Debêntures.
Bastante informação, não é mesmo? Agora você já tem clareza sobre o que compõe o IPCA e como este indicador afeta o seu dia a dia e o poder de compra. Fique sempre de olho nesse índice! E continue acompanhando os conteúdos exclusivos do blog da Cora. Até a próxima!