Quando o assunto é gestão financeira, não adianta ficar só na teoria — é preciso entender como os conceitos funcionam na prática. Um exemplo é saber para que serve o capital de giro da sua empresa e como administrar esse recurso.
Aliás, a falta de capital de giro está entre as principais causas de mortalidade de pequenas empresas no Brasil, segundo dados do Sebrae.
E para evitar que a má gestão desse recurso essencial prejudique a saúde financeira do seu negócio, o primeiro passo é entender para que serve o capital de giro.
Afinal, para que serve o capital de giro?
Em resumo, o capital de giro serve para o negócio custear suas despesas operacionais, como aluguel, contas de consumo e fornecedores, até o dinheiro da venda de produtos e serviços entrar no caixa.
Isso porque, geralmente, primeiro é necessário investir dinheiro para oferecer produtos ou serviços, e só depois de um período esse valor retorna ao caixa, acrescido de lucro.
Desse modo, um comércio precisa comprar um produto do fornecedor para colocar esse produto à venda, por exemplo.
Além disso, mesmo após vender o produto, o dinheiro pode não entrar no caixa de imediato, já que a pessoa cliente pode pagar com cartão de crédito.
A mesma lógica se aplica à prestação de serviços ou fabricação de produtos: demora um tempo até a empresa obter o retorno dos valores investidos em matérias-primas, insumos e recursos em geral.
Porém, nesse intervalo, o empreendimento continua tendo que pagar suas despesas em dia, e é para isso que serve o capital de giro.
Precisando de uma forcinha com a sua gestão financeira? Baixe gratuitamente o nosso ebook e aprenda os conceitos básicos sobre finanças empresariais
O que fazer com o capital de giro?
Considerando o que vimos até aqui, o capital de giro pode ser usado basicamente para:
- Custear despesas da empresa;
- Manter os estoques;
- Oferecer vendas a prazo ao público.
Custear despesas
Uma das principais funções do capital de giro é garantir que a empresa mantenha o pagamento de suas despesas essenciais em dia.
Nesse sentido, podemos ainda dividir os gastos operacionais em despesas fixas e variáveis.
As despesas fixas são aquelas que ocorrem sempre, ainda que o valor possa variar de um mês a outro, como acontece com a conta de energia elétrica, por exemplo. Contas de consumo, pró-labore e salários são exemplos de despesas fixas.
Já as despesas variáveis são aquelas que podem ocorrer ou não, além de variar conforme o volume de operações do negócio no período.
Manutenções não programadas de equipamentos, gastos com transporte e frete e mão de obra extra para cobrir demandas sazonais representam despesas variáveis.
Manter os estoques
O capital de giro para empresas também no ser usado para reabastecer os estoques de produtos, garantindo novos itens para venda. Da mesma forma, o capital de giro pode ser usado na aquisição de matérias-primas e insumos.
Pois, embora seja comum a concessão de um prazo pelo fornecedor, muitas vezes, é preciso pagar uma parte ou a totalidade do pedido à vista para aproveitar preços menores, e assim obter mais lucro.
Oferecer vendas a prazo ao público
Oferecer vendas a prazo, seja com cartão de crédito, boleto bancário ou boleto parcelado, pode ajudar a vender mais. Porém, é importante ter capital de giro para garantir um fluxo de caixa positivo.
Pois, o saldo de uma venda realizada no cartão de crédito leva em média 30 dias para ser creditado. E se a venda for parcelada, o prazo para receber o valor total vai demorar ainda mais para cair no domicílio bancário da empresa.
Ainda que o negócio possa recorrer à antecipação de recebíveis para receber os valores antes, esse tipo de operação implica a cobrança de juros. Logo, é preciso cuidado para não comprometer a margem de lucro do negócio.
Portanto, o ideal é contar com capital de giro próprio para garantir as vendas a prazo à clientela sem comprometer o planejamento financeiro empresarial.
Qual a importância desse capital para a empresa?
Sem capital de giro, a empresa não consegue manter suas obrigações, o que pode levar ao encerramento de suas atividades a médio e longo prazo. Portanto, esse recurso é fundamental para a sobrevivência de qualquer negócio.
Aliás, a falta de capital de giro está entre os motivos que levam uma empresa a fechar em seus primeiros anos de vida, como mostram os dados do Sebrae que citamos no início desse artigo.
Além disso, microempresas e empresas de pequeno porte podem ter mais dificuldade para obter empréstimo empresarial, agravando o problema em negócios com esse perfil.
Quanto preciso de capital de giro?
Para calcular a necessidade de capital de giro da empresa, é necessário conhecer os prazos médios de pagamento e recebimento.
Assim, o prazo médio de pagamento é o número de dias que a empresa tem para quitar suas obrigações, enquanto o de recebimento representa a média de dias que o valor de uma venda leva para entrar no caixa.
Da mesma forma, é preciso conhecer o custo fixo da empresa, ou seja, o valor mínimo mensal necessário para quitar suas despesas essenciais. Também é preciso calcular o valor mínimo para manutenção do estoque.
Então, a partir dos prazos médios e do valor do custo mensal, é possível calcular a necessidade de capital de giro da empresa.
Quando o capital de giro é positivo?
Pelo cálculo do Capital Circulante Líquido, é possível descobrir se o capital de giro da empresa é positivo ou negativo.
Nesse sentido, o capital de giro positivo indica que o negócio possui recursos para quitar suas obrigações no curto prazo.
Já o capital de giro negativo demonstra insuficiência de recursos, um sinal de alerta na gestão empresarial.
A fórmula para calcular o Capital Circulante Líquido (CCL) é:
CCL = ativo circulante (AC) – passivo circulante (PC)
Em resumo, o ativo circulante e o passivo circulante representam as somas das contas a receber e a pagar da empresa, respectivamente, nos próximos 12 meses.
Como conseguir capital de giro?
O ideal é que a empresa mantenha uma boa gestão financeira para garantir capital de giro próprio, ou seja, ter o recurso necessário sem recorrer a fontes externas.
Nesse sentido, um jeito de melhorar a gestão do capital é aplicar medidas para reduzir a inadimplência, garantindo a previsibilidade das receitas.
Para isso, a empresa pode usar uma gestão de cobrança, sistema que permite automatizar o acompanhamento e controle das contas a receber.
Com a gestão de cobrança da Cora, por exemplo, além de visualizar todas as cobranças emitidas, você ainda pode configurar uma notificação automática de cobrança para cada cliente, evitando atrasos por esquecimento.
Crédito para capital de giro
Quando a empresa não tem recursos próprios disponíveis, pode ser necessário recorrer a alguma opção de crédito para capital de giro.
Sendo assim, é possível recorrer à antecipação de recebíveis, já mencionada, ou a um empréstimo para capital de giro.
Usar o cartão de crédito empresarial no pagamento de despesas também é uma alternativa para melhorar a gestão do capital de giro, como explicamos no conteúdo sobre cartão de crédito e fluxo de caixa. Esperamos que a leitura seja útil!