Ao longo dos últimos anos, o mercado financeiro se transformou com algumas novidades, entre elas, o Pix, uma forma de pagamento instantânea. Agora é a vez de entender para que serve o Real Digital, a moeda brasileira virtual que também promete grandes mudanças.
Há muitas dúvidas sobre o assunto, afinal, o projeto-piloto, conduzido pelo Banco Central, ainda está em andamento.
Para entender mais sobre a nova moeda virtual, seus benefícios e quando deve ser lançada para toda a população, confira este artigo no qual compilamos as informações sobre o assunto. Vamos lá?
O que é o Real Digital?
O Real Digital será uma versão digital da moeda brasileira, uma CBDC (Central Bank Digital Currency), com o mesmo valor do dinheiro tradicional.
A diferença é que o Real Digital não pode ser convertido em cédulas, ou seja, dinheiro físico. As pessoas receberão códigos gerados pelo Banco Central que indicam os valores.
Não se trata de uma criptomoeda, que se difere por ser privada, com características de investimento e não é regulada. Visto que será controlado e regulado pelo BC, o valor do Real Digital será sempre o mesmo, portanto, 1 Real Digital equivale a R$ 1.
Além disso, o sistema do Real Digital vai contar com duas moedas:
- De atacado: é a chamada Real Digital, que será utilizada em pagamentos entre o Banco Central e instituições financeiras autorizadas;
- De varejo: é chamada de real tokenizado, que será emitida pelo mercado e chegará ao consumidor final, permitindo transações entre pessoas de forma direta.
Leia também | Por que a conta digital para CNPJ virou a queridinha das empresas
Para que serve o Real Digital?
O principal objetivo do Banco Central com o Real Digital é reduzir os custos de operações bancárias, como a emissão de papel-moeda, e aumentar o contingente de indivíduos no mercado financeiro.
A expectativa é que o Real Digital facilite, por meio da tecnologia, o acesso da população brasileira aos recursos financeiros. Ao levar a moeda digital para o dia a dia das pessoas, os processos de movimentação de dinheiro no varejo devem ser simplificados, seja em compras, investimentos ou transações.
O Banco Central afirma que a nova moeda virtual irá modernizar o sistema bancário e de pagamentos do Brasil, acompanhando mais de 80 países que estão elaborando ou já colocaram em andamento projetos relacionados a este segmento.
Leia também | Saiba a diferença entre fintech e banco digital
Como o Real Digital vai funcionar na prática?
Ainda não é possível saber todos os serviços que surgirão com a criação do Real Digital. Afinal, está em fase de projeto-piloto.
Mesmo que o Banco Central seja responsável por regulamentar a moeda virtual, o mercado poderá implementar novas soluções.
A moeda digital brasileira será acessada por meio de uma carteira digital que ficará sob responsabilidade de bancos ou instituições financeiras autorizadas pelo BC.
Além da utilização do Real Digital para pagamentos, há a possibilidade de “contratos inteligentes”, que na prática permitem programar pagamentos e transações a partir de objetos, como a venda de um imóvel ou carro, por exemplo.
Leia também | Real digital: o que é e como vai funcionar essa inovação do BC
O que é o projeto-piloto do Real Digital?
O projeto-piloto do Real Digital tem como objetivo o desenvolvimento da infraestrutura para a criação da moeda virtual.
As transações serão simuladas com a participação do Banco Central e de agentes do mercado a fim de realizar testes antes da implementação oficial.
O cronograma estimado é o seguinte:
- Abril de 2023: o Banco Central realizará um workshop com participantes do mercado com o foco em discutir diretrizes do piloto;
- Maio de 2023: o Banco Central irá selecionar as instituições financeiras que participarão do projeto-piloto;
- Dezembro de 2023: espera-se que o real digital e o real tokenizado estejam desenvolvidos;
- Fevereiro 2024: início dos testes de compra e venda de ativos do Tesouro Nacional com o Real Digital;
- Março de 2024: início da avaliação final do projeto-piloto para entender pontos positivos e de desenvolvimento;
- Final de 2024: previsão de lançamento à população brasileira.
Quais serão os benefícios do Real Digital?
Apesar de estar sendo desenvolvido, já é possível prever diversos benefícios do Real Digital no sistema financeiro brasileiro, entre eles:
Agilidade nos pagamentos
Uma moeda digital garante a confirmação de pagamentos em poucos segundos, trazendo muito mais agilidade para o dia a dia das pessoas em suas compras e transações.
Além disso, o Real Digital poderá ser utilizado em qualquer lugar do mundo sem a necessidade de conversão para a moeda local, o que também é muito prático e seguro.
Segurança e rapidez em transações internacionais
Movimentações para o exterior costumam ser bastante burocráticas e complexas, mas com a chegada do Real Digital isso não deve mais ser um problema.
Visto que toda a estrutura é digital, o dinheiro é capaz de circular pela internet e rapidamente chegar ao seu destino sem grandes interferências.
Redução de custos com emissão de papel-moeda
O dinheiro físico não vai deixar de existir (pelo menos não por enquanto), mas a chegada da moeda digital brasileira irá reduzir ainda mais os custos do sistema com moedas e cédulas, o que diminui gastos de dinheiro público.
Prevenção contra fraudes
O Real Digital provavelmente deve utilizar tecnologia blockchain em sua estrutura para garantir segurança em transações digitais e reduzir o risco de fraude e ataques cibernéticos.
Leia também | Receber pagamentos online: conheça os meios mais utilizados
Quais são as diferenças entre o Pix e o Real Digital?
Por mais que, a princípio, pareçam iguais, há várias diferenças entre o Pix e o Real Digital.
Apesar de ambos serem operados no ambiente virtual, diferentemente do Pix, que é uma operação eletrônica para realizar transferências e pagamentos, o Real Digital é a própria moeda.
Ou seja: trata-se da versão digital da moeda física do País, que tem o objetivo de facilitar operações financeiras virtuais.
Além disso, o Pix e outros modelos de transação, como cartões de crédito ou débitos automáticos, dependem de uma autenticação bancária, seja uma conta corrente, conta poupança ou uma conta de pagamentos em uma instituição.
Com a moeda digital, isso não acontecerá, pois o dinheiro digital ficará em carteiras digitais e será transacionado entre elas, sem necessariamente passar pela intermediação dos bancos.
Por fim, vale lembrar que por ser emitido diretamente pelo Banco Central para o usuário final, o Real Digital é considerado um passivo (dívida) do BC e não dos bancos.
Muito interessante, não é mesmo? O Real Digital irá transformar o sistema financeiro brasileiro, trazendo muitas vantagens para a população. Fique de olho nas novidades para acompanhar o progresso do desenvolvimento da nova moeda virtual brasileira. E até a próxima!