Se preparar para cobrir despesas futuras do negócio, sem comprometer o fluxo de caixa, é uma prática recomendada para ter uma gestão financeira eficiente. É nisso que consiste o provisionamento.
Com ele, a empresa constrói reservas para saídas de dinheiro previstas. Ou ainda, visando equilibrar futuras reduções nos recursos disponíveis. Isso ajuda a manter as finanças sustentáveis.
Para ajudar você a implementar essa estratégia, preparamos este conteúdo explicando o que é provisionamento, como fazer e qual sua importância.
O que é provisionamento?
O provisionamento é uma ferramenta de gestão financeira que define eventos e situações que provocarão o aumento do passivo (obrigações financeiras) ou a diminuição do ativo (bens e direitos) da empresa.
Assim, o provisionamento financeiro permite compor reservas para cobrir despesas ou prejuízos futuros.
Em outras palavras, é uma estratégia para quitar gastos que vão ou têm grandes chances de acontecer, estimando os valores que deverão ser provisionados para utilização futura.
Portanto, o objetivo do provisionamento é garantir a saúde financeira da empresa, evitando que despesas previstas comprometam seu fluxo de caixa e sua estabilidade econômica.
Inclusive, podemos dividir a prática em duas modalidades:
- Provisionamento para exigibilidades: voltado às obrigações da empresa, como provisões para custos trabalhistas, impostos e taxas;
- Provisionamento de perdas no ativo: estima prováveis perdas no ativo do negócio, como depreciação de bens, ajustes no valor de mercado ou riscos associados a investimentos.
O que é provisionamento jurídico?
O provisionamento jurídico tem como foco a reserva de valores para despesas relativas a ações judiciais.
Nesse sentido, os valores provisionados se destinam a gastos com honorários advocatícios, custas processuais, indenizações, etc.
Aqui, a lógica é a mesma do provisionamento financeiro: a partir das informações disponíveis, estima-se quanto a empresa deve reservar para os gastos jurídicos previstos.
Assim, o cálculo do montante a provisionar considera fatores como: duração do processo, valor da causa e probabilidade de ganhar ou perder.
A propósito, a probabilidade de ganhar ou perder uma ação pode se basear em processos anteriores, posicionamento de tribunais e na jurisprudência sobre o tema.
De todo modo, é mais comum que grandes empresas tenham provisões específicas para questões judiciais.
Como fazer o provisionamento financeiro?
O provisionamento financeiro envolve estimar o valor necessário para cobrir as obrigações futuras da empresa, como vimos. Confira os passos essenciais para fazer provisões a seguir:
1. Identifique as obrigações futuras
Liste todas as despesas que a empresa terá que pagar no futuro. Isso pode incluir, impostos, encargos trabalhistas e custos de manutenças, entre outros.
2. Estime os valores
Para cada obrigação, estime o valor que será necessário. Por exemplo, se a empresa tem 10 funcionários e o 13.º salário médio é de R$ 2.000, o provisionamento para o 13.º salário será de R$ 20.000.
3. Defina o período de provisionamento
Determine o período durante o qual a provisão será construída. Nesse sentido, a periodicidade pode ser mensal, trimestral ou anual.
4. Divida o valor total pelo período
Divida o valor total a ser provisionado pelo número de períodos (por exemplo, 12 meses) para obter o valor da provisão em cada período.
A empresa pode fazer provisões mensais equivalentes a 1/12 do salário de um funcionário para cobrir o 13.º no fim do ano, por exemplo.
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Dicas para fazer um bom provisionamento
Agora você confere algumas práticas recomendadas para criar provisões financeiras com maior eficácia:
Faça estimativas baseadas em dados
Use dados da contabilidade, projeções financeiras e informações específicas da empresa ao estimar os valores que devem ser provisionados.
Alinhe as provisões à gestão do fluxo de caixa
Ao planejar como os valores serão reservados, considere o fluxo de caixa do negócio, evitando comprometer o pagamento de obrigações regulares.
Acompanhe e revise
Revise periodicamente o provisionamento para garantir que ele esteja alinhado com a realidade da empresa. Se necessário, ajuste os valores definidos.
Separe as contas
Se possível, deixe os valores provisionados em uma conta separada ou reserva. Isso evita que os recursos sejam usados para outros fins.
Descomplicada, sem taxas abusivas, sem burocracia e com atendimento ágil pelo aplicativo.
Por que é importante fazer provisões financeiras?
A ausência do provisionamento na gestão financeira sujeita o negócio a problemas como:
Insuficiência de recursos para obrigações futuras
Se a empresa não provisionar adequadamente para despesas como 13º salário, férias e impostos, pode enfrentar dificuldades para honrar essas obrigações quando elas surgirem.
Isso pode resultar em atrasos nos pagamentos, além de multas e outras penalidades.
Impacto negativo no fluxo de caixa
A ausência de provisões afeta diretamente o fluxo de caixa da empresa. Pois, se não houver dinheiro reservado para as despesas futuras, o negócio pode enfrentar problemas de liquidez.
Nesse sentido, pode haver dificuldade para fazer o pagamento de fornecedores, funcionários e outras contas.
Prejuízos financeiros
A falta de provisionamento pode levar a prejuízos financeiros. Por exemplo, se a empresa não provisionar para perdas no ativo (como depreciação de bens), pode ter dificuldades em substituir esses ativos no futuro.
Dificuldade em planejar e investir
Sem provisões adequadas, a empresa não consegue planejar com segurança seus investimentos futuros. Logo, a falta de recursos pode impedir o crescimento e a expansão do negócio.
Sendo assim, é importante fazer provisões para evitar os problemas listados acima, protegendo o equilíbrio financeiro da empresa.
Quando é recomendado fazer o provisionamento?
A prática é recomendada para empresas de todos os portes, incluindo as micro e pequenas empresas, devendo ser incluída no planejamento financeiro empresarial.
Pois, como vimos, ter provisões traz uma estabilidade maior ao negócio, prevenindo o comprometimento do fluxo de caixa.
Entre as situações em que é recomendado usar essa estratégia, são exemplos:
Obrigações trabalhistas
É recomendável provisionar para obrigações trabalhistas, como férias, 13º salário e rescisões contratuais. Essa prática assegura que tais pagamentos ocorram em dia, prevenindo danos à imagem da empresa e até ações legais.
Depreciação de ativos
Para empresas que possuem ativos fixos, como máquinas e veículos, é fundamental provisionar para a depreciação desses bens. Dessa forma, a manutenção ou substituição dos itens é assegurada.
Despesas sazonais
Empresas que enfrentam variações sazonais nas vendas e nas despesas devem fazer provisões específicas para esses períodos. Por exemplo, negócios de varejo podem provisionar para o aumento do estoque durante as festas de fim de ano.
Agora você já sabe o que é provisionamento e como aplicar essa prática na gestão financeira do seu negócio. Esperamos que o artigo tenha solucionado suas dúvidas sobre o assunto. Até a próxima!