Desenrola Brasil: tudo sobre o programa contra a inadimplência
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Desenrola Brasil: tire suas dúvidas sobre o programa

13 de abril de 2025
Desenrola Brasil

13O Programa Emergencial de Renegociação de Dívidas de Pessoas Físicas Inadimplentes, conhecido como Desenrola Brasil, foi instituído pelo Governo Federal por meio da Lei 14.690/2023.

Ele foi encerrado no dia 20 de junho de 2024 e, de acordo com o Governo, contribuiu para a redução de 8,7% da inadimplência entre a população mais vulnerável do país.

A medida surgiu com o objetivo de auxiliar os consumidores inadimplentes a regularizarem suas pendências e saírem do vermelho, recuperando as chances de conseguir crédito no mercado.

Neste conteúdo, tire suas dúvidas sobre o Desenrola Brasil e conheça também o Desenrola Pequenos Negócios, também conhecido como “Desenrola das Empresas”.

O que é o Desenrola Brasil?

O Desenrola Brasil foi um programa de renegociação de dívidas com credores. Por meio dele, os brasileiros com dívidas atrasadas e negativadas podiam negociar seus débitos pela internet e com condições facilitadas, incluindo:

  • Descontos na dívida: abatimentos significativos no valor total a ser pago;
  • Parcelamento em prazos longos: os prazos para pagamento podiam chegar a cinco anos;
  • Redução de juros e multas: redução dos encargos adicionais que pesam sobre a dívida;
  • Limpeza do nome: ao quitar dívidas no Desenrola Brasil, o nome do consumidor voltava a ficar limpo nos órgãos de proteção ao crédito, como Serasa, SPC Brasil, Boa Vista e Quod.

Quem podia participar do Desenrola Brasil?

Podiam participar do Desenrola Brasil:

  • Na condição de devedores: pessoas físicas inscritas em cadastros de inadimplentes, ou seja, negativadas pelos birôs de crédito;
  • Na condição de credores: pessoas jurídicas de direito privado responsáveis pela inscrição de devedores em cadastros de inadimplentes;
  • Na condição de agentes financeiros: instituições financeiras criadas por lei própria ou autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil que detenham autorização para realizar operações de crédito.

Como funcionava o programa?

O Desenrola Brasil contava com uma plataforma que disponibilizava uma lista de dívidas que podiam ser negociadas no programa. Por lá, também era possível conferir os descontos oferecidos pelos credores e a situação de cada dívida.

Os usuários podiam acessar o sistema de forma simples e segura por meio da conta gov.br.

O processo de renegociação no Desenrola Brasil era feito de forma online, a partir da plataforma oficial do programa ou dos canais de negociação dos bancos e instituições financeiras participantes.

Mais de 600 empresas, como bancos, varejistas, companhias de água e saneamento, distribuidoras de eletricidade, aderiram ao programa. 

Na época, devedores pessoas físicas com renda bruta mensal de até dois salários-mínimos ou que estavam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) podiam negociar suas dívidas com desconto.

Podiam ser renegociadas as dívidas negativadas de 2019 a 2022, desde que o valor atualizado fosse inferior a R$ 20 mil.

Para quem o Desenrola foi pensado?

O Desenrola Brasil abrangia dois grupos distintos:

  • Faixa 1: direcionada a pessoas físicas com renda mensal de até dois salários mínimos e dívidas de até R$ 5.000,00 negativadas entre 01/01/2019 e 31/12/2022.
  • Faixa 2: pessoas físicas e jurídicas com dívidas de qualquer valor negativadas entre 01/01/2019 e 31/12/2022.

Até quando o Desenrola Brasil funcionou?

O prazo inicial para renegociação de dívidas no Desenrola Brasil era até 20 de maio de 2024. No entanto, o prazo foi prorrogado por mais 30 dias, até 20 de junho de 2024.

Atualmente, embora o programa já não esteja ativo, ainda é possível acessar o site do Desenrola Brasil e consultar informações de contato de alguns agentes financeiros participantes — como e-mails, números de telefone e até de WhatsApp. No portal, o Governo Federal orienta que os consumidores procurem diretamente as instituições credoras para tirar dúvidas sobre negociações.

O Desenrola Brasil vai voltar? 

Pelo menos por enquanto, não.

Em entrevista à CNN Brasil, o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, afirmou que “não vê necessidade nesse momento”.

Ele apontou que o Desenrola foi um programa conjuntural, criado para resolver a alta inadimplência gerada pela pandemia e suas consequências econômicas.

Na avaliação do secretário, a economia se recuperou e, por isso, até o momento, o governo não vê a necessidade de prorrogar ou criar uma nova versão do programa em 2025.

Era possível negociar qualquer dívida com o Desenrola Brasil?

Não. Algumas dívidas não apareciam no Desenrola pelos seguintes motivos:

  • A negativação do cliente ocorreu antes de 1º de janeiro de 2019 ou após 31 de dezembro de 2022;
  • O registro do valor original da dívida correspondia a um valor superior a R$20.000,00;
  • A empresa credora não se habilitou para participar do Programa;
  • A empresa credora não ofereceu os descontos necessários, e por isso a dívida não foi selecionada para renegociação no Programa.

 

Assim, quem não encontrava sua dívida disponível para renegociação devia falar diretamente com o seu credor ou procurar outros canais de renegociação. 

Desenrola Brasil para Empresas: o que era e como funcionava? 

Em maio de 2024 começou a valer o Desenrola para Empresas, com bancos oferecendo uma alternativa para renegociação de dívidas bancárias de Microempreendedores Individuais (MEI) e micro e pequenas empresas com faturamento máximo de R$ 4,8 milhões anuais. 

As dívidas que podiam ser renegociadas pelo programa eram aquelas que não foram pagas até 23 de janeiro de 2024. 

Para quem tem a própria empresa, a iniciativa também podia auxiliar na retomada de crédito, na redução da inadimplência, na manutenção das atividades da empresa e na melhoria do fluxo de caixa.

A ação fazia parte do Programa Desenrola Pequenos Negócios, uma iniciativa do Ministério da Fazenda, Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte com o apoio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), lançada pelo governo federal no dia 22 de abril e que passou a valer até 31 de dezembro de 2024, prazo máximo para a realização das negociações de dívidas por meio do programa. 

Apesar de também não estar mais ativo, ainda é possível conferir detalhes sobre o funcionamento do programa no site oficial do Desenrola Pequenos Negócios.

Como MEIs, micro e pequenas empresas podiam aderir ao Desenrola?

Para aderir ao programa, o microempreendedor ou pequeno empresário devia contatar a instituição financeira onde tinha a dívida por meio dos canais de atendimento oficiais disponíveis (agências, internet ou aplicativo). Depois, era preciso ter acesso às condições especiais de renegociação dessas dívidas.

A versão do Desenrola para as micro e pequenas empresas era um dos quatro eixos do Programa Acredita, desenvolvido para ampliar o acesso ao crédito e estimular a economia.

Valia a pena renegociar dívidas pelo Desenrola? 

Sem dúvida, renegociar dívidas vale a pena para pessoas físicas e pessoas jurídicas, seja pelo Desenrola ou por outros caminhos. Afinal, ficar com o CPF ou o CNPJ com restrições gera inúmeras consequências negativas.

Para se ter ideia, uma pesquisa da Serasa feita em parceria com o Instituto Opinion Box mostrou que:  

  •  83% das pessoas endividadas têm dificuldade para dormir por conta das dívidas;
  •  78% têm pensamentos negativos devido aos débitos vencidos;
  •  74% têm dificuldade de concentração para realizar tarefas diárias;
  •  61% vivem uma sensação de “crise e ansiedade” ao pensar na dívida;
  • 53% sentem “muita tristeza” e “medo do futuro”;
  •  51% têm vergonha da condição de endividamento.

 

Além dos efeitos psicológicos, as pessoas endividadas podem ter complicações práticas, como nome negativado, dificuldade para ter acesso a crédito, queda na pontuação de crédito — o famoso score — e até perder bens.

Já as empresas endividadas podem enfrentar ainda problemas com sua credibilidade perante fornecedores e até mesmo com clientes, dependendo do segmento. Com isso, pode ser mais difícil negociar contratos e fechar parcerias.

Sem falar que, com dívidas atrasadas, o negócio pode sofrer vários tipos de ações de cobrança, incluindo protesto em cartório e cobrança judicial. Há, ainda, uma possível consequência mais grave: a falência da empresa, já que, com o tempo, os juros das dívidas atrasadas podem transformá-las em bolas de neve impossíveis de administrar. 

Portanto, aproveitar o Desenrola, seja para pessoa física ou pessoa jurídica, era uma boa oportunidade para evitar lidar com os efeitos negativos da inadimplência.

Sem o Desenrola Brasil e o Desenrola Pequenos Negócios, como renegociar dívidas?

Você já viu que tanto o Desenrola Brasil quanto o Desenrola Pequenos Negócios não estão mais ativos.

Ainda assim, renegociar as dívidas e ficar com as contas em dia continua sendo fundamental — e isso vale tanto para pessoas físicas quanto para empresas.

Na ausência de programas do Governo, a melhor alternativa para quitar dívidas atrasadas é entrar em contato diretamente com os credores para descobrir o valor atualizado dela e sondar as condições de pagamento.

Outra opção interessante é buscar pelos feirões de negociações de dívidas realizados pelos birôs de crédito. Na Serasa, por exemplo, de tempos em tempos é realizado o Feirão Limpa Nome, que permite que os brasileiros quitem dívidas negativadas com centenas de credores aproveitando descontos que podem chegar a até 99%.

Se você está precisando de ajuda nesse sentido, preparamos um conteúdo completo com dicas práticas para negociar dívidas no CNPJ. Vale a pena conferir.

 

Agora você já sabe como funcionava o Programa Desenrola Brasil e conheceu, também, o Desenrola para MEI, micro e pequenas empresas. 

Continue acompanhando o blog da Cora para conferir mais conteúdos que podem ajudar sua empresa a organizar as finanças e chegar ainda mais longe. Até a próxima!  

Por Equipe Cora
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